A manhã foi dedicada a uma reflexão enriquecedora sobre os valores que nos movem no Banco de Tempo. O aprofundamento do tema foi feito em grupos, cujas conclusões se partilharam em plenário. A tarde iniciou-se com uma performance muito bem conseguida, mesmo comovente, de um grupo de alunos e alunas da turma de teatro do Colégio de São Teotónio que leram, vez a vez, trechos de entrevistas a membros do Banco de Tempo, que nos falam sobre o significado e o impacto deste projeto nas suas vidas.

Seguiu-se uma mesa redonda, intitulada “O Banco de Tempo faz bem à economia, à cidadania e à igualdade” e tivemos a oportunidade de ouvir as intervenções desafiantes de Lina Coelho e Pedro Hespanha, que falaram das potencialidades do Banco de Tempo, sublinhando que se trata de uma proposta “subversiva” e “contracorrente”. Seguiu-se um vivo debate, que se teria prolongado se não o tivéssemos interrompido para dar lugar à inauguração da Exposição “Banco de Tempo: 15 anos, 15 histórias” por Inês D´Orey.

A sessão inaugural foi coordenada por Ana Oom (coordenadora do Graal), que deu a palavra à Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, em representação da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, que sublinhou a incontornável necessidade de investimento na promoção da igualdade entre mulheres e homens, partilhou números que expressam as desigualdades que persistem e apresentou algumas medidas de políticas que tentam reduzi-las. Sublinhou a importância que o Banco de Tempo poderá jogar na promoção da conciliação trabalho-família e na promoção da participação das mulheres na esfera pública.

Teve também a palavra Margarida Santos que, representando a equipa do Graal que lançou o Banco de Tempo em Portugal, falou sobre os primeiros passos dados E sobre as expetativas iniciais, que confrontou com o momento atual da vida do Banco de Tempo. Ouvimos ainda falar a fotógrafa Inês D’Orey sobre o contacto gratificante que teve com o Banco de Tempo e sobre o acolhimento que recebeu por parte de todas as pessoas ligadas ao Banco de Tempo. Atravessámos a estrada e, na Casa da Esquina, pudemos ver a exposição de fotografia de Inês D´Orey, que reúne 15 retratos de membros do Banco de Tempo, de diferentes localidades, que foram também entrevistados e partilharam um pouco das suas vidas e da sua experiência de participação nesta iniciativa solidária.

A exposição foi muito apreciada e é reveladora do grande talento e sensibilidade da fotógrafa. Houve festa: cantaram-se os parabéns e não faltou nem o bolo, nem o espumante! O dia terminou com um jantar convívio, seguido por um passeio pela cidade de Coimbra, naquela noite morna e iluminada.

No dia seguinte, tivemos o privilégio de visitar o jardim botânico e a Universidade de Coimbra. A visita foi guiada pelo Pierre, historiador e membro do Banco de Tempo, sempre muito delicado e atento. Seguiu-se um piquenique-convívio, no Parque Verde da cidade, oferecido pelos membros do Banco de Tempo de Coimbra e com iguarias de diferentes partes do país.

A alegria do encontro e do conhecimento mútuo, das conquistas que em conjunto vamos fazendo, os contributos vários trazidos para a reflexão e a grande participação marcaram este encontro organizado em estreita colaboração pelo Graal e pela Agência do Banco de Tempo de Coimbra, contando com a dedicação e empenho da equipa do Graal em Coimbra, da Casa da Esquina e do CASPAE.