Realizou-se no dia 28 de outubro, no salão nobre da Junta de Freguesia do Lumiar, o encontro “A riqueza da intergeracionalidade e o combate ao idadismo”.
Apesar da intempérie, 62 pessoas marcaram presença, maioritariamente ligadas ao Banco de Tempo, provenientes de várias agências — Beja, Belém, Lumiar, Évora, Quarteira e Santa Maria da Feira —, bem como membros da comunidade e representantes de entidades parceiras, como o CAJIL, a UTIL e o Centro Social da Musgueira.
O encontro teve início com as boas-vindas de Teresa Castro Laranjeiro, membro do Conselho Coordenador do Graal, e de Irene Freitas e Silva, fundadora da agência do Banco de Tempo do Lumiar.
Seguiu-se uma intervenção inspiradora de Júlio Gisbert, presidente da Associação Ibero-Americana dos Bancos de Tempo, que apresentou a realidade destas redes de troca solidária em diferentes partes do mundo.
Eliana Madeira (Graal) partilhou o percurso do projeto “Tempos que Contam”, desenvolvido ao longo do último ano na agência do Lumiar, destacando o aumento da participação de membros seniores e o fortalecimento das trocas e das relações intergeracionais.
No painel seguinte, coordenado por Elsa Nogueira (Graal / Banco de Tempo do Lumiar), foi possível escutar três mulheres com um percurso longo e significativo do Banco de Tempo: Isabel Pinto (Quarteira), Isaura Pinto (Évora) e Margarida Portela (Santa Maria da Feira). Foram relatadas trocas de tempo significativas que demonstram como o Banco de Tempo pode promover a intergeracionalidade, valorizar as pessoas idosas e melhorar a sua qualidade de vida.
Durante a tarde, Joana Mendonça, investigadora do Iscte, abordou com clareza o conceito de idadismo, apresentando dados sobre a sua prevalência e descrevendo o programa educativo IMAges, destinado a combater preconceitos relacionados com a idade entre crianças e adolescentes.
Seguiu-se um momento teatral descontraído e bem-humorado, protagonizado por Viviane Politi e Estefânia Rebelo, que interpretaram duas personagens idosas críticas em relação aos estereótipos de que são alvo.
A mesa-redonda moderada pela jornalista Cátia Vilaça (Gerador) reuniu diversas experiências de promoção da intergeracionalidade. Sandra Fernandes (Universidade Nova de Lisboa) apresentou a Rede ¼, uma iniciativa que pretende “juntar quem tem quartos disponíveis com quem precisa de um para viver e estudar”.
Luísa Pinheiro falou sobre o propósito da Associação Cabelos Brancos, enquanto Pedro Afonso (CAJIL) explicou o funcionamento do inovador Clube Mercearia, e José Guerreiro falou-nos do trabalho desenvolvido pela A UTIL – Universidade da Terceira Idade do Lumiar, que tem mais de 600 pessoas inscritas.
O encontro incluiu ainda a inauguração da exposição fotográfica “Tempos que Contam”, da autoria de Carla Martins, que retrata as trocas realizadas no Banco de Tempo do Lumiar ao longo de 2025. As fotografias, acompanhadas por testemunhos, ilustram a riqueza da intergeracionalidade e o valor do tempo partilhado entre pessoas de todas as idades.
O evento encerrou com uma atuação animada do grupo Arpicantares, que trouxe alegria e convívio ao final da tarde.
Este encontro foi desenvolvido no âmbito do projeto “Tempos que Contam”, promovido pelo Graal, com o apoio financeiro da Fundação BPI La Caixa. Foi muito rico em aprendizagens, partilhas e reflexões. O saldo que fazemos é muito positivo!









