No passado dia 15 de dezembro realizou-se o Encontro Internacional do Banco de Tempo, que teve como objetivo contribuir para a reflexão sobre “a participação dos jovens e a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal“. Face aos constrangimentos impostos pela pandemia, o encontro, inicialmente previsto para acontecer presencialmente em Lisboa, foi dinamizado através da plataforma zoom e transmitido em direto no facebook. Pode ser revisitado AQUI.

Dadas as boas-vindas, o encontro teve início com a apresentação do primeiro capítulo da publicação “Os tempos que nos faltam: histórias de conciliação da vida profissional, familiar e pessoal no Banco de Tempo”, que pode ser lida AQUI e ouvida na íntegra AQUI. Com ilustrações de Helena Loução e voz de Elsa Maurício Childs, da companhia de teatro A Corda, as histórias pretendem dar visibilidade às potencialidades do Banco de Tempo na promoção da conciliação das diversas esferas das nossas vidas.

De seguida, pudemos ouvir Margarida David, que desenvolveu a sua dissertação de mestrado em comunicação, tendo como objeto de estudo o Banco de Tempo, e que partilhou algumas recomendações que podem ajudar a aproximar a iniciativa das pessoas em idade ativa e com pouco tempo livre.

Seguiu-se um painel que contou com intervenções de pessoas ligadas ao Banco de Tempo em diversos lugares do globo.

A primeira oradora foi Elvira Mendez, diretora executiva da Associação catalã Salut i Família, que nos falou sobre o papel do Banco de Tempo nesta crise pandémica e deixou ideias muito práticas para que o Banco de Tempo se torne mais atuante enquanto mecanismo de conciliação. De seguida, ouvimos Sarah Bird, CEO da organização Timebanking, no Reino Unido, que apresentou experiências que envolvem jovens enquanto protagonistas e, especificamente, de grupos vulneráveis. Do Brasil, falou Geovana Narcizo, co-criadora do Banco de Tempo de Florianópolis, que partilhou a experiência de um Banco de Tempo no qual participam muitas pessoas jovens e também crianças. Seguiu-se a intervenção de Júlio Gisbert, presidente da Associação Ibero-americana de Bancos de Tempo e também responsável pelo TIMELAB, Laboratório de inovação em Banco de Tempo, que nos apresentou um conjunto de medidas e boas práticas para cativar jovens a juntarem-se ao Banco de Tempo. Foi ainda possível assistir a um vídeo que reúne contributos de pessoas dos Bancos de Tempo de Sitges, Saint Cugat e Valladolid. Por fim, fechámos o painel com a intervenção de Humberto Salazar, diretor executivo da Fundação Esquel, no Equador, e vice-presidente da Associação Ibero-americana de Bancos de Tempo, que partilhou algumas lições aprendidas no âmbito da dinamização de uma agência chamada “Espaço Não Violento”, que funciona como um lugar de encontro para a juventude.

Foi então tempo de ouvir testemunhos de três jovens com ligação ao Banco de Tempo em Portugal: a Elsa Nogueira, o Luís Tanoeiro e a Daniela Serra, aos quais se seguiu um vídeo com jovens de diferentes agências do Banco de Tempo em Portugal (Coimbra, Quarteira, Castelo Branco, Évora, Lumiar e da recém criada agência de Belém), reforçando aquilo em que acreditam: que o Banco de Tempo é um Banco para pessoas de todas as gerações.

O grupo foi, de seguida, dividido em pequenos grupos, para uma reflexão mais aprofundada sobre como comunicar as mais valias e potencialidades do Banco de Tempo a pessoas que não têm tempo. Já em plenário, foram apresentadas as conclusões de cada um dos grupos.

O encontro terminou com o visionamento de um curto vídeo do hino do Banco de Tempo da autoria de membros da agência de Santa Maria da Feira, uma memória registada num animado encontro internacional realizado em 2015, entre Santa Maria da Feira e São João da Madeira.

Agradecemos às cerca de 100 pessoas que partilharam connosco a alegria deste encontro e que ajudaram a contornar os obstáculos levantados pelo atual contexto pandémico. Foram momentos de reflexão e aprendizagem, que cultivaram ideias e abriram caminho para aproximar o Banco de Tempo da vida de todas as pessoas, mesmo das que não têm tempo.

O encontro foi promovido pelo Graal e contou com a colaboração da Fundação ESQUEL e da Associação Ibero-americana de Bancos de Tempo. Foi desenvolvido no âmbito de um projeto que conta com o apoio financeiro da CIG, ao abrigo da Pequena Subvenção – Organizações Não Governamentais de Mulheres.